Se, por um daqueles artifícios cómodos, pelos quais simplificamos a realidade com o fito de a compreender, quisermos resumir numa síndroma o mal superior português, diremos que esse mal consiste no provincianismo. O facto é triste, mas não nos é peculiar. De igual doença enfermam muitos outros países, que se consideram civilizantes com orgulho e erro.

O provincianismo consiste em pertencer a uma civilização sem tomar parte no desenvolvimento superior dela — em segui-la pois mimeticamente, com uma subordinação inconsciente e feliz.

A síndroma provinciana compreende, pelo menos, três sintomas flagrantes: o entusiasmo e admiração pelos grandes meios e pelas grandes cidades; o entusiasmo e admiração pelo progresso e pela modernidade; e, na esfera mental superior, a incapacidade de ironia.

Se há característico que imediatamente distinga o provinciano, é a admiração pelos grandes meios. Um parisiense não admira Paris; gosta de Paris. Como há-de admirar aquilo que é parte dele? Ninguém se admira a si mesmo, salvo um paranóico com o delírio das grandezas. Recordo-me de que uma vez, nos tempos do Orpheu, disse a Mário de Sá-Carneiro: «V. é europeu e civilizado, salvo em uma coisa, e nessa V. é vítima da educação portuguesa. V. admira Paris, admira as grandes cidades. Se V. tivesse sido educado no estrangeiro, e sob o influxo de uma grande cultura europeia, como eu, não daria pelas grandes cidades. Estavam todas dentro de si.»

O amor ao progresso e ao moderno é a outra forma do mesmo característico provinciano. Os civilizados criam o progresso, criam a moda, criam a modernidade; por isso lhes não atribuem importância de maior. Ninguém atribui importância ao que produz. Quem não produz é que admira a produção. Diga-se incidentalmente: é esta uma das explicações do socialismo. Se alguma tendência têm os criadores de civilização, é a de não repararem bem na importância do que criam. O Infante D. Henrique, com ser o mais sistemático de todos os criadores de civilização, não viu contudo que prodígio estava criando — toda a civilização transoceânica moderna, embora com consequências abomináveis, como a existência dos Estados Unidos. Dante adorava Virgílio como um exemplar e uma estrela, nunca sonharia em comparar-se com ele; nada há, todavia, mais certo que o ser A Divina Comédia superior à Eneida. O provinciano, porém, pasma do que não fez, precisamente porque o não fez; e orgulha-se de sentir esse pasmo. Se assim não sentisse, não seria provinciano.

E na incapacidade de ironia que reside o traço mais fundo do provincianismo mental. Por ironia entende-se, não o dizer piadas, como se crê nos cafés e nas redacções, mas o dizer uma coisa para dizer o contrário. A essência da ironia consiste em não se poder descobrir o segundo sentido do texto por nenhuma palavra dele, deduzindo-se porém esse segundo sentido do facto de ser impossível dever o texto dizer aquilo que diz. Assim, o maior de todos os ironistas, Swift, redigiu, durante uma das fomes na Irlanda, e como sátira brutal à Inglaterra, um breve escrito propondo uma solução para essa fome. Propõe que os Irlandeses comam os próprios filhos. Examina com grande seriedade o problema, e expõe com clareza e ciência a utilidade das crianças de menos de sete anos como bom alimento. Nenhuma palavra nessas páginas assombrosas quebra a absoluta gravidade da exposição; ninguém poderia concluir, do texto, que a proposta não fosse feita com absoluta seriedade, se não fosse a circunstância, exterior ao texto, de que uma proposta dessas não poderia ser feita a sério.

A ironia é isto. Para a sua realização exige-se um domínio absoluto da expressão, produto de uma cultura intensa; e aquilo a que os Ingleses chamam detachment — o poder de afastar-se de si mesmo, de dividir-se em dois, produto daquele «desenvolvimento da largueza de consciência» em que, segundo o historiador alemão Lamprecht, reside a essência da civilização. Para a sua realização exige-se, em outras palavras, o não se ser provinciano.

O exemplo mais flagrante do provincianismo português é Eça de Queirós. E o exemplo mais flagrante porque foi o escritor português que mais se preocupou (como todos os provincianos) em ser civilizado. As suas tentativas de ironia aterram não só pelo grau de falência, senão também pela inconsciência dela. Neste capítulo, A Relíquia, Paio Pires a falar francês, é um documento doloroso. As próprias páginas sobre Pacheco, quase civilizadas, são estragadas por vários lapsos verbais, quebradores da imperturbalidade que a ironia exige, e arruinadas por inteiro na introdução do desgraçado episódio da viúva de Pacheco. Compare-se Eça de Queirós, não direi já com Swift, mas, por exemplo, com Anatole France. Ver-se-á a diferença entre um jornalista, embora brilhante, de província, e um verdadeiro, se bem que limitado, artista.

Para o provincianismo há só uma terapêutica: é o saber que ele existe, O provincianismo vive de inconsciência; de nos supormos civilizados quando o não somos, de nos supormos civilizados precisamente pelas qualidades por que o não somos. O princípio da cura está na consciência da doença, o da verdade no conhecimento do erro. Quando um doido sabe que está doido, já não está doido. Estamos perto de acordar, disse Novalis, quando sonhamos que sonhamos.






















































Maria Teresa Silva
"Real Barraca Without a care"
Espaço Avenida
Avenida da Liberdade, 211, 1º E, Lisboa
Quarta a Sexta, 18:00 - 22:00
Sábado e Domingo, 16:00 - 21:00
14 a 30 de Março de 2008


Situados geralmente em zonas de reestruturação urbanística e humana, a disseminação de espaços alternativos no circuito artístico e expositivo é cada vez maior. Pelas características que apresentam, estes espaços funcionam quase sempre como um desafio aos artistas que neles expõem. O espaço Avenida, no número 211 da Av. da Liberdade, enquadra-se em grande medida no que se entende por espaço de intervenção temporária; um lugar que se encontra à disposição da criatividade artística e que se presta ao site specific.

Trabalhar neste género de espaços não é algo estranho para Maria Teresa Silva. Os seus projectos partem usualmente de lugares com história, memórias, mais ou menos desconfortáveis. A impossibilidade de comunicação escrita e verbal, os domínios público e privado e a fugacidade da memória são algumas das temáticas que utiliza como fio condutor.

A artista tem exposto em espaços que não se regem pelas normas institucionais do white cube. A Casa 372, por exemplo, foi um projecto site specific concebido numa casa no Porto para o Evento 5.0. A peça de som apresentada (descrição verbal das várias divisões escolhidas) partia da relação passível de estabelecer entre o lugar e as memórias que o habitavam. No projecto para o edifício Interpress (antiga gráfica onde era impresso o Diário Popular), desenvolveu uma pesquisa sobre o ensino nas escolas primárias durante o período do Estado Novo. Intitulado A História Como Qualquer Coisa de Provisório, o projecto tinha por referente a Revolução de 1974, tema proposto pela Escola Maumaus no âmbito da LisboaPhoto 03. Como resultado, ‘desenhou’ a exposição e através de uma performance fez uso dos elementos que o espaço frio e decadente podia oferecer. Um dos últimos trabalhos, foi o projecto desenvolvido na Bartolomeu5 em 2005. Noventa e oito por quinhentos e setenta e sete funcionou como uma instalação site specific, no corredor e na entrada de um andar num prédio de habitação do séc. XVIII, em Lisboa. O papel de parede com um desenho em relevo delicado, no edifício em mau estado de conservação, foi o contraste encontrado para o desenvolvimento do projecto que tinha como intenção reflectir sobre a ideia deste lugar poder ser privado ou público, sobre as diferentes maneiras de o habitar e sentir, modificando-o de forma a que o público questionasse se o espaço estava ou não a ser habitado naquele momento.

Ao contrário dos outros projectos, Maria Teresa Silva não desenvolve para o espaço Avenida uma instalação site specific. Procurou antes adaptar um projecto com 5 anos, que estava à espera de um lugar que reunisse determinadas condições necessárias à sua realização. A escolha de um espaço expositivo que não fosse neutro (ausente de memórias e vivências) era fundamental para retirar proveito do estado em que se encontrasse e transformá-lo de forma a encenar determinado contexto ou ideia.

O projecto Real Barraca Without a care teve como ponto de partida a visita a dois palácios. Um deles foi visitado pela artista em contexto turístico na companhia de amigos, onde decidiu gravar o som da visita guiada. No outro palácio, tinha definido fotografar algumas das salas fora do âmbito de uma visita guiada, sem pessoas. Com a distância temporal de cinco anos desde ambas visitas e a data da exposição, a peça de texto traduz o domínio mais pessoal da memória das três pessoas que em conjunto visitaram o primeiro palácio. Desta experiência resultaram três peças que ocupam agora quatro salas do espaço Avenida e constituem a instalação expositiva composta por slides, áudio e texto.

Os palácios fazem parte da história e do imaginário infantil. Outrora lugares privados, são hoje lugares públicos que despertam por vezes um certo fascínio no visitante, ou são vistos como ambientes kitsch distantes da realidade contemporânea. Locais dirigidos por uma série de parâmetros que o turismo cultural impõe, no que diz respeito à hora das visitas, à restrição nas filmagens e fotografias, ou ao próprio percurso que é previamente estabelecido, estas circunstâncias despertaram na artista uma vontade de subverter as imposições e restrições colocadas. Os percursos que fez processaram-se de forma diferente. Durante a primeira visita, o som foi gravado de forma sub-reptícia, e para fotografar o outro palácio ultrapassou várias etapas até conseguir autorização.

Trata-se de um projecto que explora as noções de acesso, percepção e interpretação na ligação com o domínio público e com os condicionamentos impostos pelo turismo cultural ao funcionamento do património — condicionamentos que acabam por ser mais ou menos comuns a sítios congéneres. À incerteza do estado inicial do projecto, como um ensaio ou uma experiência com contornos operativos ainda por assumir, alia-se um intervalo temporal que permitiu definir o próprio processo criativo. A artista recria um certo ambiente, onde cada pessoa é convidada a imaginar/rememorar sobre o que ouve e o que vê.


Sandra Lourenço







"Um primeiro exemplo e totalmente provisório. Em todos os tempos se quis «reformar» os homens: a isto, acima de tudo, se chamou moral. Mas, sob a mesma palavra, está oculta a tendência mais oposta. Tanto a domação da besta-homem como a educação de um determinado género-homem recebeu o nome de «melhora»; mas estes termini zoológicos exprimem realidades — realidades, é certo, acerca das quais o «melhorador» típico, o sacerdote, nada sabe — nada quer saber... Chamar «melhoramento» à domesticação de um animal é, para os nossos ouvidos, quase uma piada. Quem conhece o que acontece nas ménageries duvida que o animal «melhore». Debilita-se, isso sim; torna-se menos pernicioso, torna-se um animal doente em virtude da emoção depressiva do medo, pela dor, pelas feridas, pela fome. — As coisas não se passam de modo diverso com o homem domado, que o sacerdote «aperfeiçoou». Na alta Idade Média, em que a Igreja era efectivamente, acima de tudo, uma ménagerie, dava-se caça de preferência aos mais belos exemplares da «besta loira» — «melhoravam-se», por exemplo, os germanos nobres. Mas, qual era, depois, o aspecto de um tal germano «melhorado», encerrado num claustro? O de uma caricatura de homem, de um aborto: tornara-se «pecador», fechava-se numa jaula, estava aferrolhado entre ideias terríveis... Ali jazia ele, doente, triste, malévolo para consigo mesmo; cheio de ódio contra os instintos da vida, cheio de suspeita contra tudo o que ainda era forte e feliz. Em suma, um «cristão»... Em termos fisiológicos: na luta contra a besta, pô-la doente pode ser o único meio de a enfraquecer. Bem o compreendeu a Igreja: estropeou o homem, debilitou-o — mas pretendeu tê-lo «melhorado»..."



Friedrich Nietzsche, "Os Reformadores da Humanidade",
in O Crepúsculo dos Ídolos, 1888
Edições 70, 2002, Tradução de Artur Morão















Sim… Fascismo nunca mais… É uma belíssima frase. Compreendida como símbolo, não particularizando. Um símbolo expansivo. Poesia e filosofia. Uma precaução. Os fascismos estão sempre prontos a avançar, trazidos por um mentor ou pelos comuns, entusiasmados, no conjunto felizes e egoístas, destruindo a particularidade alheia, inútil paisagem. Por isso a frase se repete. Provavelmente expressa uma ingénua pretensão, irrealizável, utópica portanto. Por graça, é uma recusa das grandes utopias, completas e complicadas, cheias de desejos e programas para os outros, sem os outros poderem aprovar ou negar o que lhes está reservado.

Estas utopias recentes, sonhadas e realizadas, germinadas no século dezanove, sufocantes, progressivamente instaladas pelo mundo a partir do início do século seguinte, o passado, cumpriram-se como monstros, mais ou menos hediondos, mais ou menos esfomeados e sanguinários. E tinham na base desejos gentis, se bem que discutíveis. São todas primas: Socialismo, Nacional-Socialismo, Fascismo, Estado Novo, todas complexos e apertados esquemas de governação onde o colectivo apaga o individual, alisa os cérebros e ridiculariza a democracia.

Os vestígios das ditaduras nunca desaparecem. Continuam a assombrar. Hábitos censórios, o Estado invasivo ou desejado. Karl Marx passa a voar montado numa vassoura. O desejo de Marx: o feitiço mais popular. Apesar de tudo o que significa: o cheiro a ranço e a Estado policial, a ditadura do proletariado, o fim da propriedade privada, o ódio de classe ou a autofagia do capitalismo. Enquanto Marx continuar a ser desejado não estamos seguros.

A tempos, a ditadura é divinizada. Foi moda entre as vanguardas do início do século vinte. Por exemplo. E ciclicamente se renova. Neste momento metade do mundo está sob uma ditadura. De direita ou de esquerda, nacionalista ou internacionalista, a corporação, a comuna, a política do espírito, a alegria no trabalho, o governo forte sem intermediários e outros empecilhos. O absolutismo socializante, o homem novo, que nunca será um homem livre, já que foi fabricado segundo o desejo de outros.

Em oposição surge, como força contrária, detrás de um fumo espesso, Friedrich Nietzsche, filósofo-póstumo, guerreiro, passando por cima da razão, anunciando o homem bestial que salta por cima da rebanho e não se deixa contaminar pelas convenções. Que rejeita os valores absolutos, a ideia de uma moral objectiva e universal… [suspiro]

Como poderíamos adivinhar que passado tanto tempo estaríamos a discutir a oposição entre Absolutismo e Liberalismo, Socialismo (real) e Democracia (capitalista)?







O primeiro marido da minha trisavó era epiléptico. Quando tinha ataques metiam-lhe rolhas de cortiça na boca para não morder a língua. Por vezes uma rolha estava suja de vinho, normalmente tinto, mas ninguém parecia reparar, muito menos ele, que naquele estado não estava em condições de se pôr a saborear rolhas.

Viviam em Cascais, na Rua Direita, por cima de uma charcutaria, propriedade dos pais dele. Era muito desequilibrado, o meu prototrisavô. Estava proibido de comer ananás, fruto que apreciava muito e que lhe provocava estados de loucura extática. Houve um dia em que não resistiu à chamada, comeu o fruto e endoidou. Meteu-se a brincar com uma caçadeira e feriu-se de morte.

A minha trisavó casou-se de novo, possibilitando o meu nascimento, um daqueles acasos, tal como o é o nascimento de qualquer pessoa. Não se casou grávida do louco, o que poderia introduzir um condimento apetitoso nesta história, se bem que teremos mais tarde a dose certa de filhos ilegítimos e prole abundante.

Portanto a minha relação com aquela falhada família primordial parecia ter ficado por aqui. De certa forma ficou. Mas andam por aí descendências que frutificaram por outros ramos da árvore e não consigo evitar interessar-me. Atrai-me aquela família que simboliza a minha negação teórica. Ou, no inverso, talvez porque a minha vida foi paga com a morte acidental de um palerma.

Cruzo-me muitas vezes com Titânio, olha-me de forma provocadora, sabe quem eu sou, eu também adivinhei a sua génese, mas não emito sinais de reconhecimento. Passo dentro do meu Ford Mustang vermelho de 1970 e tenho o impulso de lhe passar com as rodas por cima. Titânio é um jovem adulto, moreno, de mamilos carnudos e rijos, que se passeia pelas enseadas da vila num fato de banho branco reduzido que lhe molda os genitais.

Neste momento podemos estabelecer uma ligação entre ele e Kaytlin Kennedy, que já conhecemos uns capítulos atrás, aborrecida, de cabelo ruivo, vestida de preto. Estão numa casa onde entraram atravessando uma alameda de nespereiras, vendo ao fundo a fachada em azulejos psicadélicos, colunas em pedra, uma porta central branca. Está escuro lá dentro, a luz entra por frinchas estreitas. Estão os dois com uma monumental pedra. Titânio já não sabe com quem está. Não vê nada, está muito excitado e tropeça com Kaytlin, não se equilibram, riem-se sem fôlego, desesperados, interpenetram-se e flutuam pelas várias divisões da casa numa cavalgada de sexo suado, deitando os móveis ao chão.


Nuno Marques Mendes








Perante este conflito (psiquiátrico-psicótico) entre a vida de que se afastara e a vida de que não tinha a menor experiência, salvo em germe ou como esperança em si mesmo, só podia escolher esta última. Donde as suas primeiras impressões (sempre as melhores), esperança de coisas melhores, sentimento de parentesco, etc. Só lhe restava encontrar-lhes apoios, distorcendo tudo o que ameaçava desmenti-los. Era um trabalho árduo, mas agradável.

Cada hora passada nas enfermarias tinha de aumentar a sua estima pelos doentes e, ao mesmo tempo, o seu desprezo pela atitude livresca que se tinha para com eles, pelo conceptualismo pseudo-científico que se comprazia em avaliar o grau de saúde mental a partir do grau de contacto com a realidade exterior. Cada hora os ia aumentando.

A natureza da realidade exterior continuava a ser obscura. Os homens, as mulheres e os filhos da ciência sabem ajoelhar-se perante os factos de formas tão diversas como qualquer outro corpo de iluminados. Por conseguinte, a definição da realidade exterior, ou da realidade pura e simples, variava de acordo com a sensibilidade de quem se aventurava a entrar nela. No entanto, todos pareciam concordar que o contacto com ela, mesmo o contacto distraído do leigo, era um privilégio raro.

Segundo esta maneira de entender as coisas, os doentes eram descritos como «desmamados» da realidade, das benesses rudimentares da realidade leiga, se não totalmente, como nos casos mais graves, pelo menos sob certos aspectos fundamentais. O objectivo de qualquer tratamento era construir uma ponte sobre esse abismo, transferir o doente da sua estrumeira perniciosa para o mundo glorioso das quantidades discretas, onde reconquistaria a inestimável prerrogativa de se surpreender, amar, odiar, desejar, alegrar-se e chorar, de uma forma razoável e bem equilibrada, e consolar-se com isso na companhia de outros que não valiam mais do que ele.



Samuel Becket, Murphy, 1953
Assírio & Alvim, 2003
Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo











































































"Fac Simile" - Projecto Mimesis
Em colaboração com
Mário Nascimento (cerâmica)
Catarina Dias (joalharia)
Espaço Avenida
Avenida da Liberdade, 211, Lisboa
Quarta a Sexta, 18:00 - 22:00
Sábado e Domingo, 15:00 - 19:00
3 de Março a 15 de Abril de 2008