A depressão económica mina o mundo. O desaparecimento de uma actividade económica e comercial intensa é acompanhado do retorno a uma economia natural baseada na agricultura e na permuta; a decadência das cidades e da moeda ocasiona uma fraccionação da vida social e um desmoronamento dos poderes. Por outro lado, os governos e os seus agentes perdem o domínio sobre os cidadãos, os quais se deixam conduzir passivamente ou procuram eximir-se o mais que podem às suas obrigações, pela fuga ou pela revolta, utilizando todas as escapatórias possíveis. O declínio do espírito cívico tem consequências particularmente graves sobre o recrutamento do exército; este é na totalidade composto de mercenários. Os bárbaros que espreitam as fronteiras encontrarão a fazer-lhes frente tropas leais, é certo, mas a que falta convicção patriótica. Enfim, as forças intelectuais e religiosas revelam tendência para se retraírem; a crise da economia e a decadência das cidades no Ocidente não propiciam de modo algum um verdadeiro movimento cultural.
HIP-EA-70